20 de janeiro de 2011

A razão

O silencio que toma agora minha vida
Infestando cada canto de meu mundo
Vem do vazio que agora há em meu coração
Apagando cada sonho que antes lá houvesse
E trocando-os pela mesma palavra de dor

Diz-me então se não é fato verídico
Que não ha dor que possa superar
Para um coração apaixonado
A dor de ver aquilo que antes era seu tudo
Cair por terra, como sonho do qual se acorda

E respondo então caro amigo , há
Mais poderosa ainda que tal dor
É aquela que vem , mesmo sabendo a mentira
Do desejo de viver novamente a ilusão
E então ver-se impedido, pois sabendo a verdade
Passa a ter em si seu próprio inimigo , sua razão 

17 de janeiro de 2011

Identidade

Quem sou me perguntas
Mas o que queres saber ?
Diga apenas o que buscas
Que talvez possa eu ser

Fato é e já te disse
Definir-se é limitar-se
Não sou só o que vos digo
Nem tão pouco só o que vês

O meu ser não se resume
É o somente o que sou
E o que é não me perguntes
Pois se nem sei pra mim mesmo
Como poderei dizer
Para ti que me perguntas
O que nego-me a saber

Posso ser eu um poeta
Ou quem sabe um sonhador
Talvez mesmo só um louco
Procurando o que restou
Mas eu sei e então repito
Não resume isso o que sou
Posso ser o que quiseres
Mesmo aquilo que já foi

15 de janeiro de 2011

Sob o Luar

No céu brilha a bela lua
Só, como meu coração
Faz seu show entre o vazio
Iluminando a escuridão

O que seria é da noite sem a lua ?
Só com estrelas a brilhar
Sem sua protagonista
Escura até o sol raiar

Pois digo-vos e acreditem
É no brilho que a lua nos traz
Que ha o mistério da noite
Nesse mundo de mortais

E é por isso que acredito
Que não ha nada tão vulgar
Como noite sem mistério
Na qual não paira o luar

12 de janeiro de 2011

Poema Noturno

Quem no dia já não habita
A noite pertence seu ser
E o que o muitos então espanta
A ele faz querer viver
Mas me diga caro amigo
Qual é o mal que há então
Em na noite ter o abrigo
Que pede seu coração
Diga velho companheiro
Qual o valor que pode ter
Caso não for verdadeiro
Aquilo que traz meu prazer
Por isso digo, e com certeza
Conquista-me a lua , e só a lua
Com sua bela pureza

7 de janeiro de 2011

O Escuro

O escuro é como uma casa
que acolhe a quem já não tem
Mas pode também ser cadeia
Prendendo-te só a teu eu

Talvez um dia eu entenda
Ou nunca venha a saber
O que pode haver no escuro
Que ha tantos completa o ser

Só sei que estou aqui agora
Livre pra entrar e sair
Mas sempre retorno ao escuro
Sem nunca saber onde ir

Talvez apesar dessas dores
Seja ele o que traz meu prazer

4 de janeiro de 2011

Cegueira

Vivemos num mundo perfeito
Fome , miséria , violência
Tudo na mais perfeita harmonia

O mundo é belo , não acha ?
O caos já se tornou tão presente
Que agora é até arte

Não é lindo o meu vazio ?
Não é linda a minha dor ?
Amigo ou inimigo ? quem vai saber
Nada é o que parece

Pobre daquele que teme a escuridão
Ou mesmo aquilo que há nela oculta
O maior dos males esta bem a vista
Resta apenas querer o enxergar

2 de janeiro de 2011

Comedia Alheia

Por traz do cenário
De lindas flores e céu azul
Não há nada , é vazio

Acaba a fantasia onde começa a realidade
E o que resta ?
Das lindas flores , plástico
Do belo céu , papelão
E você companheiro
Feliz sem notar a ilusão

"Que ilusão?" me perguntas
E te digo , de sua vida
O que te motiva ?
Qual sentido do que fazes ?
A resposta ? Quem sabe
De fato nem eu ou você

Não tens ideais
Nem mesmo idéias vindas de si
Esta tão acomodado com nada
Que isso já resume seu ser
Esta errado ? Vai saber
Mas não se preocupe
Volte feliz ao seu casulo