29 de março de 2011

Recomeço

Quando  o hoje já não é o que buscamos
E o amanha esta longe demais
Quando a esperança é lenda em nosso mundo
O escuro já não assusta mais

Nossas almas se perderam no dia
Que decidimos viver sem pensar
Nas conseqüências de todos os atos
Que nos levaram até esse lugar

E então na mais cinza das tardes
Chovem lagrimas sobre o que restou
Lava e apaga todas as lembranças
Leva ao oblivio tudo que passou

E quando todas as lagrimas secarem
Brilhara o sol para um novo dia

22 de março de 2011

Restiços

Amor
Penetra e intruso em minha alma
Fez-me escravo de seu carma
Destroçou meu coração

Levou
Todo bem que então sentia
Tudo aquilo que havia
E que era então paixão

Resta
O brilho que então há agora
Não o mesmo que outrora
Espantou a  solidão

Sentida
Em meu mais negro e frio momento
Que há no fundo de meu peito
Onde você não estava então

16 de março de 2011

Padronizado

O que é normal para você
A guerra ? O ódio ? A dor ?
O que define o conceito
Se não o próprio preconceito ?

O anormal nos abomina
Desafiando a vã razão
Na qual sempre predomina
Como o bem nosso padrão

Mas me diga se é correto
Julgar cada diferença
Bem e mal , certo e errado
Ser não ser ou o que seja

O que for deixa a certeza
Qual a nossa igualdade
É tolice incompreensível
Tal qual a nossa vaidade

9 de março de 2011

O Ilusionista

Creio eu ainda haja tempo
Pra mais uma confissão
Antes que se esgote o tempo
Que há para nos dois então

Tão confuso é o que eu sinto
Mais confuso é o que eu sou
Ilusionista iludido
Enganado enganador

Cada regra de meu jogo
Fui eu mesmo que inventei
E hoje perco pra mim mesmo
Nesse mundo que criei

Me cerquei de mil mentiras
Escondi a minha dor
Comprei toda a falsidade
Que eu mesmo fui quem plantou

Pois me diga agora então
Entre tudo que ha aqui
O que é falso ou verdadeiro
Não há como distinguir

Como posso eu saber
Entre aquilo que restou
Se é nada ou se é tudo
Doce e amarga confusão

5 de março de 2011

O mundo

O que fazer ?
Quando tudo parece perdido
Quando mesmo o mais doce gosto é amargo
E nada mais demonstra sentido

O que fazer ?
Se tudo que quer não se quer
Num puro paradoxo em duvida
De alguém que nem sabe quem é

Como posso eu
Simples homem sem valor
Só mais um como tantos outros
Tentar definir quem eu sou

Mais que cruel é o destino
Que insiste em sempre nos tirar
Por mais que lutemos pra voltar
Aonde queremos estar

É irônico, não acha ?
Como uns que nada tem se acomodam
Enquanto outros de tudo querem mais
É a vida como é hoje e sempre
Confusa , obliqua e desleal
É o mundo que é cria do homem
Que sempre quis ele pra si

O escuro

O escuro é como uma casa
Que acolhe a quem já não tem
Mas pode também ser cadeia
Prendendo-te só a teu eu

Talvez um dia eu entenda
Ou nunca venha a saber
O que pode haver no escuro
Que ha tantos completa o ser

Só sei que estou aqui agora
Livre pra entrar e sair
Mas sempre retorno ao escuro
Sem nunca saber pra onde ir
Sem nunca querer ir embora
No escuro, mas sempre a sorrir

2 de março de 2011

Comodismo

Mais uma vez desculpem a falta de postagens, mas como prometido, volto agora a tentar manter uma regularidade nas minhas postagens, e ai vai o primeiro poema desse retorno :

Comodismo


Todo dia, toda hora
Cada instante e momento
Voa e passa num segundo
Como um leve devaneio

Que dizer agora então
Dessa nossa semi-vida
Que se perde em todo o tempo
Mo qual não fazemos nada

Acomodamo-nos no nada
Com o vazio em nossos peitos
Resumimos nossas vidas
Simplesmente em não viver

Mas qual é então o motivo
Que nos move a cada dia
Se não é ter esperança
Mesmo qualquer fantasia

Carpe diem meu amigo
Não há nada a perder
Sua vida em si nada
Fora isso é só sofrer